Túnis, a cidade rebelde Berbere, com aroma de jasmim, âmbar e rosas
As atividades do FSM se iniciam com uma grande passeata
Milhares de manifestantes anticapitalistas demonstraram sua solidariedade para com o processo revolucionário, que começou em Túnis, por meio de uma passeata pela “Dignidade”, que, no dia 26 de março, percorreu o centro da capital tunisiana e deu início ao Fórum Social Mundial (FSM).
Ativistas sociais, partidos de esquerda, sindicatos, feministas e ecologistas, vindos desde os mais diversos pontos do planeta, especialmente do norte da África, uniram-se em uma grande, colorida e inédita passeata em defesa da “Democracia, do Trabalho, da Liberdade e da Dignidade” dos Povos.
Pela primeira vez, desde a queda do ex presidente Zine el Abidine Ben Ali e a pouco mais de um mês do assassinato do principal líder de oposição, Chokri Belaid, os rebeldes tunisianos, que se levantaram contra a pobreza e a opressão, caminharam lado a lado com militantes do mundo inteiro, para lembrar as causas de sua luta.
Em 2011, na cidade de Sidi Bouzid, berço da revolta popular, a Primavera Rebelde Tunisiana cantava alegremente o hino da revolução " Enti essout”. Milhares marchavam pelas ruas, a exigir democracia. Depois de protestos em todo o país, manifestações, greves e do slogan “O povo quer a caida do regime!" conseguiram derrubar a ditadura.
Porém, dois anos depois, muitos cidadãos, com raiva contida, incorporam novos slogans: “¡Ennahda, torturadora do povo” e “O povo quer uma nova revolução”. O governo tunisiano responde reprimindo e criminalizando a resistência da sociedade civil. Hoje, a primavera Árabe ficou manchada de sangue, com o assassinato de Chokri Belaid líder da Frente Popular.
É preciso destacar que, no dia 20 de março, é celebrado o Dia da Independência e que, pelo segundo ano consecutivo, o governo cancelou essas festividades. Quer que o povo perca sua memória histórica, três mil anos de diversidade cultural. No entanto, o povo se levanta, heróico, e exige a devolução de seus Direitos Humanos. Neste contexto, o Comitê Internacional decidiu convocar o Fórum Social Mundial para o período de 25 a 30 de março de 2013.
No dia 26 de março, à tarde, têm início as atividades do FSM, com uma grande passeata. Uma lua grande, brilhante, cheia, linda, se levanta orgulhosa no céu muito azul do oriente. Grupos de jovens de mais de 87 países caminham pela avenida Bourguiba, rumo à Praça 24 de janeiro. No local uma torre de metal oxidado abriga um relógio que marca 18 horas. Vinte mil bandeiras representam a resistência global de negros, indígenas, mulheres, estudantes, ambientalistas, sindicalistas, artistas, habitantes das cidades e dos campos, jovens de ontem e de hoje.
Destaca-se a combatividade dos povos árabes que van en la descubierta carregando uma enorme bandeira da Palestina, brincam, cantam, correm, dançam, gritando a uma só voz: “Palestina Livre, Palestina Livre”. Reivindicam sobretudo revoluções sociais, exigem liberdade para todos os povos do mundo e condenam o imperalismo devastador, que devora os intestinos da sociedade. Levantam grandes fotos de Che Guevara, Yasser Arafat e de Chokri Belaid, recentemente assasinado por fundamentalistas islâmicos.
A passeata cresce a cada momento, pois mais pessoas se agregam à marcha, na Avenida Habib Thumeurs, vestindo seus camellones de folhas de tamareiras, onde penduram os frutos aromáticos e doces, que reivindicam uma boca para apreciá-los. Pardais, recém-chegados às tamareiras, nos acompanham com suas canções alegres.
Agora, a passeata pára por uns segundos e a Aliança Internacional de Habitantes, com suas camisas, bandeiras e bonés vermelhos, ocupa a esquina como uma manta monumental e convoca a unidade das lutas continentais em direção à Via Urbana e Comunitária. Próximo evento, a Assembléia Mundial dos Habitantes no âmbito do FSM . Os membros da AIH riem alegres e cantam o slogan: "O Povo Unido, Jamais Será Vencido!", “¡The People United Shall Never Be Defeated!”
A passeata termina em um pequeño estádio, com um show de Gilberto Gil, compositor, cantor, representante da música e da política social brasileira.
Riferimenti geografici
Il(la) Traduttore(trice) Volontario(a) per il diritto alla casa senza frontiere dell’IAI che ha collaborato con la traduzione di questo testo è